O noticiário

20-06-2011 12:23

 

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Promoção da igualdade racial não teve avanços

No dia 13 de Maio comemora-se a Abolição da Escravatura no Brasil

Fato que gera até hoje grandes discussões, através de encontros, seminários e conferências entre entidades voltadas para a preservação e divulgação da cultura afro-brasileira, cientistas sociais, professores e a comunidade. No ano de 2009 foi realizada, em Ubá, a II Conferência Municipal de Políticas de Promoção de Igualdade Racial. 
Durante o evento, foram apresentados ao Poder Público Municipal cerca de dez projetos a serem trabalhados. Entre eles se destacam o desenvolvimento de ações afirmativas visando à capacitação e à geração de emprego e renda para o jovem negro; a implantação de programas especiais na rede de saúde pública, que levem em conta as peculiaridades da mulher negra e sua vulnerabilidade mais acentuada a determinadas doenças (como a anemia falciforme, hipertensão arterial e mioma); fomentação de cursos pré-vestibulares voltados à comunidade negra e carente; efetivação da execução da Lei Municipal Nº 2.736, que dispõe sobre a criação de data comemorativa do Dia Municipal de Consciência Racial; o apoio e valorização do Congado de Ubá, uma das mais antigas manifestações culturais da cidade; e, de acordo com a Lei Federal 10.639, incluir nas grades escolares o ensino obrigatório sobre a história e cultura afro-brasileira. 

De acordo com Maria Célia Oliveira, coordenadora de formação da Associação Cultural de Combate à Discriminação Racial Solano Trindade, apenas o Conselho Municipal de Assistência Social tem apoiado a entidade no desenvolvimento de suas atividades. Mesmo sem a realização da maioria dos projetos que foram apresentados no evento, a coordenadora considera a II Conferência um avanço porque é uma oportunidade que a comunidade negra tem de fazer trabalhos em conjunto com a Prefeitura. “Desse encontro tirou-se políticas para serem trabalhadas pelo Município. Um segundo passo é colocá-las em prática, mas infelizmente ainda não foram aplicadas”, explica a coordenadora. Segundo Maria Célia, só no primeiro semestre do ano passado a cidade teve vinte casos de anemia falciforme.

Ela esclarece que em 2009 representantes da entidade estiveram com o prefeito Vadinho Baião tratando da importância de se trabalhar propostas da comunidade negra. “Nós conversamos com o prefeito sobre a necessidade de dar suporte as entidades para que elas façam seu próprio trabalho, e também de estar trabalhando as leis municipais”, destaca. No ano seguinte, o grupo retornou ao gabinete e propôs a realização de um evento comemorando o Dia da Consciência Negra (20 de novembro).

De acordo com Célia, ficou a cargo da Associação Solano Trindade organizar o evento e a Prefeitura iria ceder o palco, mas quando estava próxima a data o palco não foi cedido, e por isso a manifestação cultural não aconteceu. “Então fica aquela pergunta no ar: teve boa vontade ou não teve?”, pergunta Célia, questionando a falta de interesse do Poder Público Municipal em apoiar a cultura negra. “Trabalhar todas as etnias existentes no Brasil é uma forma de resgatar e manter viva a cultura dos povos que formam o país. Para esse objetivo é necessário que entidades, comunidade e poder público se unam no trabalho de conscientização e valorização da sociedade brasileira”, finalizou a militante. 

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